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Ser ou não ser saudável, eis a questão

26/11/2019

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Ser ou não ser saudável, eis a questão

> Artigo original publicado na Hipersuper

Quase 60% dos portugueses afirmam estar preocupados com a saúde (e o nível de concordância está a aumentar) e demonstram-no também na cozinha, estando a confecionar a comida de forma cada vez mais simples e ligeira, sendo que em praticamente 50% das ocasiões de almoço e jantar, cozinham de forma saudável (entre cozidos, crus ou frios e grelhados).

Estão também a reduzir no açúcar, sal e gorduras e a análise nutricional realizada propositadamente para este estudo verificou que os portugueses estão a consumir menos 14% de açúcar, menos 12% de sal e menos 5% de gorduras. As alterações de comportamento na compra corroboram esta mudança de atitude, verificando-se que categorias como margarina culinária, sal, açúcar refinado e refrigerantes perderam espaço nas cestas, enquanto que categorias como mel, frutos secos e óleo de coco estão a ganhar espaço, entre outras categorias vistas agora como mais saudáveis.

Há efetivamente um esforço por parte dos portugueses para reduzirem alguns produtos que consideram mais nocivos para a saúde, mas pelo lado da oferta também tem havido uma evolução, com as marcas a apostarem cada vez no natural, na origem dos ingredientes e na transparência da composição dos produtos. Os biológicos, superfoods e free from estão a ganhar mais relevo no dia-a-dia dos consumidores.

Apesar desta mudança relativamente significativa, a preocupação com a saúde difere de acordo com a idade. Os mais velhos (a partir dos 65 anos), que por razões naturais de idade, procuram manter-se mais saudáveis e por isso fazem cestas maiores de fruta, legumes e de carne fresca. Quase 80% dos séniores admite, hoje em dia, comer menos gorduras e comprar produtos com pouco sal e 35% tenta evitar produtos com cafeína, estando nestes três indicadores acima da média nacional. Já os mais jovens (até aos 34 anos) procuram soluções que os ajudem cada vez mais no lar e facilitem o seu dia-a-dia dando mais espaço à conveniência e à praticidade, assim como à indulgência. Quase 90% afirma que gosta de aproveitar a vida ao máximo, 74% dá preferência à rapidez e à facilidade de preparação da comida e ainda 53% gosta de comer produtos pouco saudáveis quando se sente em baixo. Este grupo destacou-se em 2018 por ter um maior aumento da procura de sopas prontas, tabletes de chocolate e pão de cachorro e hambúrguer, entre outras categorias.

Preocupação com a saúde sim, mas a comida aliada a isto tem de ser prazerosa. Os três eixos para o crescimento das categorias de saúde serão explorar uma oferta que proporcione também o prazer e a indulgência no consumo, reforçando as soluções ready to eat que em Portugal, comparando com outros países europeus tem ainda potencial. A exploração do conceito BIO que apresenta um crescimento de 60% e apenas entra ainda em 40% dos lares portugueses, mas ajuda categorias mais estabelecidas como iogurtes, bolachas e massas.

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Marta Santos
Clients & Analytics Director

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