Restaurantes recuperam e entrega comida torna-se norma
Comer fora recuperou para níveis próximos aos da pré-pandemia, enquanto que a entrega de refeições, o fenómeno de crescimento da pandemia, está a tornar-se permanente no pós-pandemia, a nível mundial. O novo estudo “Dining Out, At Home – How meal delivery is transforming Foodservice”, da Kantar mostra que a indústria global de serviços de alimentação cresceu 33% em volume de pedidos no primeiro semestre de 2022, em comparação com o primeiro semestre de 2021. Quase metade das vezes (47%) não preparámos as nossas próprias refeições, jantámos em restaurantes. Uma em cada três (31%) ocasiões, pedimos serviços de entrega de comida na nossa casa, enquanto que 22% das vezes, vamos fomos nós próprios recolher.
Comer fora recuperou para níveis pré-pandémicos em termos de valor, embora não no número de visitas, que permanece em cerca de 80% dos níveis de 2019. A cada visita a um restaurante, as pessoas estão a gastar, em média, 15% a mais em relação ao primeiro semestre de 2019. Os restaurantes de Fast Food são os grandes vencedores da categoria, crescendo 21% em receita em relação ao primeiro semestre de 2019. As receitas dos restaurantes de serviço completo caíram 7% em comparação com os níveis de pré-pandemia, enquanto que as receitas de pubs, bares e cafés ainda caíram 1% em relação a 2019. Em Portugal, em 2022, os lares portugueses fizeram 63 ocasiões em que utilizaram os serviços de refeição (fast Food e serviço completo), em comparação com 41 ocasiões em 2021.
A entrega de refeições, que explodiu durante a pandemia, tornou-se uma rotina pós-pandémica, para muitos lares. Na Europa, as taxas de penetração caíram, depois de atingirem o pico na pandemia, em todos os países medidos, no entanto, continuam a ser mais altas do que os níveis do início de 2020. Em Portugal, a taxa de penetração de entrega de refeições, apesar de ter diminuído 2 pp, face ao mesmo período de 2020, mantém uma taxa relativamente elevada – 73%. Em 2020, a taxa de penetração era de 50%.
Os agregadores de entregas dominam atualmente a cena de entregas ao domicílio, sendo utilizados em mais de metade do total das entregas, em todos os mercados, com a exceção do México. Em Portugal, estes players representam 60% do total das entregas de refeições em casa. No nosso país, em media pede-se este tipo de serviço a cada três ou quatro semanas.
O crescimento na frequência de pedidos tem sido fundamental para o sucesso da indústria de entrega de refeições. Nas metrópoles asiáticas, mais de um em cada três consumidores faz pedidos pelo menos uma vez por semana. Nas capitais europeias, o número de pessoas que encomendam pelo menos uma vez por semana duplicou desde o início de 2020. Em Portugal, as pessoas que pedem uma vez por semana duplicou, entre 2020 e 2022 e as que pedem uma a três vezes por mês, quase que duplicou, no mesmo período.~´
Outras conclusões importantes do relatório, que entrevistou 15.000 pessoas em 10 países, utilizando os seus painéis de consumidores Out-of-Home da Worldpanel, incluem:
- As pessoas optam por comer fora ou “comer fora, em casa” para almoço ou jantar a cada quatro dias, em média versus a cada seis dias no ano passado. Portugal faz esta opção a cada 6 dias.
- Um em cada quatro pedidos de entrega de refeições é desencadeado pela vontade de o consumidor se mimar ou por sugestão das crianças.
- A comida “ocidental” (pizzas, hamburgers, massas, carne) é a mais escolhida no serviço de entregas, em todo o mundo. Portugal não foge à regra, com 65% destes pedidos a incluírem este tipo de comida.
- As pessoas visitam cafés e pastelarias quase tanto como o faziam antes (91% de recuperação em valor, para as vendas e consumo no local
Nota para os editores – Pesquisa conduzida nos painéis de consumidores OOH da Worldpanel, (15.000 respondentes): Brasil, China Continental, Coreia do Sul, Espanha, França, Indonésia, México, Portugal, Reino Unido e Tailândia.
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Marta Santos
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